O uso de EPIs para espaços confinados é essencial para garantir a saúde dos profissionais, já que este tipo de ambiente é definido como qualquer área que não foi projetada para ocupação humana contínua e que possua meios limitados de entrada, saída e mobilidade. Profissionais que atuam nesses locais precisam utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) específicos, já que são ambientes que apresentam ventilação insuficiente para remover agentes contaminantes e/ou possuem deficiência de oxigênio.
É possível citar como exemplo de espaço confinado, portanto: poços de elevador, tanques de água e esgoto, tubulações, galerias subterrâneas, túneis metroviários, moinhos industriais e demais ambientes fechados e que apresentam luminosidade precária e baixa concentração de oxigênio — dificultando a visibilidade e a respiração dos trabalhadores. As tarefas desempenhadas nesses locais vão desde limpeza até manutenção preventiva de maquinário.
A Norma Regulamentadora de número 33 (NR 33) do Ministério do Trabalho e Emprego é responsável por regulamentar os procedimentos operacionais obrigatórios para atividades realizadas em espaços confinados. Uma vez que possui o objetivo de assegurar a saúde dos profissionais que atuam de forma direta ou indireta nesses locais, a NR 33 estabelece os parâmetros necessários para identificação, reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos presentes nos chamados espaços confinados.
EPIs para espaços confinados: quais os riscos?
Profissionais que atuam em espaços confinados estão diretamente expostos a riscos de diferentes gravidades e naturezas. Os mais comuns estão relacionados à falta ou excesso de oxigênio, temperaturas elevadas ou reduzidas e intoxicação por substâncias químicas. Além desses fatores, há a possibilidade de ocorrerem incêndios ou explosões, bem como afogamentos, quedas — de objetos ou do próprio trabalhador — e choques elétricos.
Os principais riscos oferecidos por espaços confinados, portanto, são:
- Asfixia, intoxicação e infecções: posto que os espaços confinados não apresentam ventilação adequada e não conseguem dispersar os agentes biológicos e substâncias químicas presentes no ambiente, os trabalhadores podem desenvolver infecções, se intoxicar e até mesmo sofrer asfixia por falta de oxigênio ou presença de gases;
- Afogamento: tubulações, adutoras e caixas d’água são exemplos de ambientes de trabalho que se caracterizam como espaço confinado. Nesses locais, há risco de rompimentos que podem alagar o espaço e, assim, causar o afogamento dos profissionais que estiverem presentes no local;
- Incêndio ou explosão: causados pela presença de vapores e/ou gases inflamáveis, os incêndios e explosões representam um risco significativo ao profissional que trabalha em espaço confinado;
- Soterramento: na construção civil, na mineração e em silos, há o risco de soterramento do profissional que atua em espaço confinado. Trata-se de um risco grave, já que os trabalhadores têm saída limitada justamente por conta das características do espaço;
- Outros riscos: quedas, falta ou excesso de oxigênio, desenvolvimento de fobias, contato com temperaturas extremas, choques elétricos, engolfamento e contato com animais peçonhentos ou infectados.
EPIs para espaços confinados: quais são?
Com o intuito de neutralizar ou minimizar os riscos citados, é essencial que sempre seja feito um estudo prévio dos ambientes, identificando e avaliando os perigos existentes. Em seguida, é preciso encontrar maneiras de controlar e eliminar esses riscos ao máximo, o que pode ser feito por meio da instalação de equipamentos de ventilação e dispositivos de monitoramento de oxigênio e gases.
Além disso, os locais de trabalho devem estar claramente sinalizados, com restrições de entrada para pessoas não autorizadas. Nesse sentido, é essencial que o espaço confinado sempre conte com um vigia, ou seja: um profissional que se responsabiliza por supervisionar a atividade e monitorar os riscos — a fim de garantir que todas as medidas de segurança sejam tomadas e, caso necessário, que o resgate seja realizado a tempo.
Por fim, é fundamental que todos os profissionais que trabalham em espaços confinados estejam devidamente paramentados com Equipamentos de Proteção Individual que garantam sua segurança e saúde. De acordo com a Norma Regulamentadora de número 6 (NR 6), esses dispositivos de segurança devem ser fornecidos gratuitamente pela empresa contratante, que também tem a obrigação de oferecer orientação e treinamento sobre seu uso correto.
Os principais EPIs para espaços confinados são:
Capacete de segurança
Capaz de proteger a cabeça do usuário em caso de impactos contra obstáculos ou queda de objetos, o capacete de proteção é essencial para garantir a segurança de trabalhadores que atuam em espaço confinado. O ideal é que os capacetes contem com a jugular, uma fita que passa por baixo do queixo do trabalhador e evita que o EPI caia ou saia do lugar.
Botas de proteção
O uso de calçados de proteção e segurança faz com que os membros inferiores do trabalhador estejam protegidos do contato com agentes contaminantes ou infeciosos, além de evitar escorregões, escoriações, quedas e torções.
Cinto de segurança
Espaços confinados verticais como, por exemplo, poços e chaminés também caracterizam trabalho em altura. Nesses casos, é preciso que o profissional esteja equipado com cinto de segurança para evitar sua queda e para garantir uma rápida evacuação em caso de emergências.
Luvas
Garantir a proteção das mãos do trabalhador por meio do uso de luvas de segurança evita que ele entre em contato com agentes contaminantes e superfícies cortantes e, além disso, este importante EPI para espaços confinados é capaz de reduzir o contato com produtos químicos e temperaturas extremas.
Respiradores
Os respiradores e as máscaras de proteção respiratória são EPIs indispensáveis para proteger as vias respiratórias do profissional, que muitas vezes ficam expostas a partículas nocivas presentes no espaço, bem como agentes infecciosos e substâncias tóxicas. A qualidade do ar está entre os parâmetros que devem ser constantemente monitorados durante a execução do trabalho em espaços confinados, já que a ausência de ventilação adequada favorece contaminações e alterações nos níveis de oxigênio.
Óculos de proteção
O uso dos óculos de proteção garante a preservação não apenas dos olhos, mas também da face — áreas que estão entre as mais sensíveis do corpo e que estão expostas a praticamente todos os riscos existentes em um espaço confinado.
Protetor auricular
Por conta das características do espaço confinado, os ruídos e vibrações tendem a se amplificar nesses ambientes e colocar a audição dos colaboradores em risco. O uso de protetores auriculares, portanto, é essencial para evitar problemas associados ao barulho. Trata-se de um EPI necessário especialmente no caso de utilização de máquinas.
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